Gastar com entretenimento.
Bom, o test drive do Agile e o do Fox vão ficar para depois. Esta maldita convenção chamada tempo não anda ajudando. Mesmo os finais de semana aqui em São Paulo têm um trânsito que não é muito convidativo para um test drive. E nos outros finais de semana estou indo para o interior na casa de meus pais. Falando em viagem, nesta última visitamos a nascente do Rio Tietê em Salesópolis. Não conhecíamos os possíveis caminhos para se chegar lá, então pegamos a Carvalho Pinto e depois "saída para Salesópolis". Péssima ideia. Entramos em uma estrada péssima, esburacada e cheio de "desbarrancos" nas beiradas - à noite deve ser aterrorizante dirigir ali.
Mas na volta, supresa! Pedimos informação sobre uma estrada que tivemos que acessar brevemente para chegar ao local e soubemos que ela iria até a Rodovia dos Tamoios, de onde iríamos reto até São José dos Campos. SP-88 seu nome. E que maravilha. Ela é um conjunto de curvas, subidas e descidas e poucas retas maravilhosamente bem pavimentado. Tudo bem que é não é duplicada, mas pelo pouco movimento, falta de segurança não é problema por lá.
Essas curvas (que fizeram meu sobrinho no banco traseiro passar mal - ainda bem que tínhamos uma sacola) me fizeram fazer um questionamento que Jeremy Clarkson fez no programa em que ele testa o Mercedes CLK63 AMG Black Series: "quando foi a última fez que você saiu de carro apenas para dirigir?" (tradução livre). E ele continua dizendo que, se motociclistas fazem isso o tempo todo, por que quem tem carro não faz? Claro que o preço da gasolina não ajuda nem na Inglaterra, como ele mesmo disse. Mas e aí? Quando foi a última vez? Será rolou uma primeira?
A questão é que vivemos em uma era de extremismo "ambientalista" que me lembra a época da inquisição, onde gostar simplesmente de dirigir é motivo para se queimar alguém na fogueira e reciclar suas cinzas, usando-as como adubo. Razões e veracidade do suposto aquecimento global à parte, dirigir pode ser sim entretenimento para muitos. E se você paga muito dinheiro por um hotel 5 estrelas, ou por um cinema ou por um restaurante caro, por que não pagar caro, que seja, por uns litros de gasolina a mais e simplesmente sair para dirigir?
Pode parecer superficialismo da minha parte, mas para mim, e muita gente, carro não é só um meio de se sair do ponto A e ir até o ponto B. Sentir a velocidade, controlar as marchas e o esterçamento do volante nas tomadas e saídas de curvas soa como arte. É um quadro que vamos pintando em cada metro de pista. É a beleza da técnica. E a técnica é bela em qualquer expressão da raça humana, desde um complexo chip de computador, até a simplicidade de um alambique localizado nas estradinhas de terra de Minas Gerais, onde produzem as mais deliciosas cachaças que alguém pode tomar.
Dirigir é sentir a técnica empregada na produção de um automóvel, que é uma das maiores realizações da humanidade. Saber o que acontece com cada peça quando as colocamos para funcionar é realmente emocionante, principalmente quando temos oportunidade de levar isso próximo de seu limite, testando nossos próprio sentidos e limites.
Sentir o carro como extensão do corpo é superfiacialismo? É negar sua natureza humana? Muito pelo contrário. É celebrar a engenhosidade, o trabalho e a perspicácia dos que criaram esta bela obra chamada automóvel.
Ola, gostei muito desse post. Eu amo dirigir sem motivo, sem destino. Principalmente a noite, passear por ruas cheias de barzinhos, restaurantes, so pra ver as pessoas conversando, ou passear por bairros residenciais obsrvando as construções. É dificil achar alguem que me entenda e que goste de fazer isso. Então acabo indo sozinha sem ter com quem dividir meus pensamentos. Acho o maximo explorar novos lugares, dirigindo sem destino. Muito bom seu post.
ResponderExcluirOi! Muito obrigado pelo comentário! Dirigir pode ser realmente uma grande diversão. A aventura dessa semana foi a serrinha de Campos do Jordão. O desafio foi economizar combustível com 4 pessoas dentro, ar ligado e subida de serra. Sim. É possível! Novo post à vista...
ResponderExcluirMais uma vez obrigado!
Muito bom! Sempre gostei de dirigir, por dirigir, sem destino muitas vezes, apenas pelo prazer de sentir o carro e entendê-lo, para explorar melhor nossos potenciais; minhas posses são poucas, mas nunca foram impedimento para ter o máximo de satisfação com os carros que meu dinheiro pode comprar; na prática, procuro o veiculo mais adequado ao meu uso, mas sempre há um toque de paixão e irracionalidade na escolha, porque carro para mim nunca foi apenas uma máquina, um burro de carga, ou vitrina para mostrar sucesso.
ResponderExcluirOpa! Obrigado pelo comentário!
ResponderExcluirIndependente das posses e do veículo que ela permite ter, sempre é um prazer dirigir. Tive dois corsas 1.0 e me divertia muito, apesar de suas limitações.
Que grata surpresa encontrar este blog, não conhecia, e através da lista de links do AUTOEntusiastas cheguei a este seu post. Até agora não discordei de nenhuma palavra sua.
ResponderExcluirE respondendo ao post, já faz alguns meses que não saio para curtir uma estrada só pelo prazer de sentir o carro. Mas fica a sugestão da SP-088 para uma próxima oportunidade.
Oi Jundy!
ResponderExcluirMuito obrigado pelo comentário.
Ultimamente estou devagar com o blog, mas em breve postarei um test drive de despedida do Astra.
Olha Rodrigo, falou bem, por nós que gostamos dirigir apenas por dirigir, como é bom pegar o carro e sentir ele te respondendo, você testar suas habilidades no volante e se for um iniciante, ir acompanhado a própria evolução a cada dia, para depois poder sair dirigindo apenas porque gosta com propriedade e responsabilidade, fazer curvas um pouco mais rápido e ir acompanhando o desenho da pista, sentir o carro ganhando velocidade, ter gosto de trocar de marcha, enfim, apenas dirigir, e não sei se você vai concordar comigo, mas acho que isso fica mais legal ainda quando o carro não têm, digamos, uma dinâmica feita para isso, porque assim você tem que superar isso e se afiar mais ainda( meu brinquedo é um prisma 1.4, e confesso que antes de compra-lo, subestimava seu motor, mas depois de botar alguns 1.6, e mais raramente alguns 1.8 para trás, retirei as dúvidas) enfim, você mandou benzasso.
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