Test Drive: Mustang GT 4.6 V8 24v (2006)




Sempre torci o nariz para muscle cars. Fiz até um post sobre isso. Mas eis que surgiu a oportunidade de testar um genuíno (até com suspensão por eixo rígido na traseira): Mustang GT, que está disponível como atração em um parque de diversões de Santa Catarina. Há outros carros disponíveis (no dia havia uma Lamborghini Gallardo Superleggera), mas o Mustang é o mais barato para testar. O modelo é o GT ano 2006. Traz um motor V8 de 4,6 litros e 24 válvulas (304 cv a 5750 rpm), em um arranjo igual ao dos mercedes de pouco tempo atrás, com duas válvulas na admissão e uma no escape. O câmbio não poderia ser melhor, manual com 5 marchas.  

Externamente, o carro é imponente, mas não deixa de parecer uma caricatura dos Mustangs da década de 60, o que não é nenhum problema. É, o carro é bonito sim. Por dentro, grandes bancos na dianteira mostram que é um carro feito para os altos (e obesos) norte americanos. Eu estando bem próximo de um anatomicamente, me senti bem à vontade. Minha esposa foi nos apertados bancos traseiros, já que um funcionário do parque acompanha o passeio do banco do carona. Segundo ela, os bancos traseiros são macios e abraçam bem o corpo, o que estraga é o quase nulo espaço para as pernas. Mesmo assim, para um coupé 2+2 até que não é ruim. O Volante é grande de boa empunhadura e com três raios e, assim como o painel, possui um acabamento que poderia estar em um compacto brasileiro. Não há superfícies macias ao toque. O plástico rígido domina. Mesmo assim, é tudo bem arrematado e sem rebarbas.

De saída, ele já demostra que potência desde baixos giros é seu forte. A primeira marcha é bem longa, permitindo que se "engula" quarteirões com extrema facilidade. Independentemente do regime de giros, a resposta do motor é forte, exceto em quinta, que me pareceu um "over drive" (não tenho os dados do escalonamento desse câmbio, mas a 120 km/h ele girava por volta de 2.000 rpm). E a subida de giros impressiona, sendo quase um europeu. Essa disposição demonstra que não há necessidade de muitas marchas como as fábricas estão fazendo hoje em dia. Para motores grandes, 6 marchas no máximo (com sexta over drive) já estão de bom tamanho. A embreagem é extremamente pesada, não sei se por ser um exemplar que recebe todo tipo de motoristas ou porque é assim mesmo. Em contrapartida, o câmbio possui engates excelentes, curtos e precisos. 

A suspensão foi uma boa surpresa. Achei que o Mustang seria um americano molenga, bom de reta e péssimo de curva. Mas não! O carro é bem preso ao asfalto, com respostas rápidas da direção e quase nenhuma inclinação da carroceria. O mais interessante é que esta estabilidade não o deixa desconfortável em nosso "asfalto". É um ótimo acerto, típico dos carros da Ford, que faz com que o Mustang seja um carro que pode ser usado no dia-a-dia. O que ajuda nisso também é a visibilidade de sedan médio, tanto para frente, como para traz. O carro realmente traz muita segurança em manobras. Ainda não dirigi o Camaro, mas os testes que tenho lido, apontam que ele é bem ruim neste aspecto.  

A impressão que tive do Mustang foi muito boa. Realmente é entorpecente a resposta e o som do motor. Como diz o tio de minha esposa (adepto da escola americana), é nas fortes acelerações e retomadas que está a diversão em dirigir, velocidade final é irrelevante. No caso do Mustang, apenas 250 km/h. Pouco para quem tem disponível 304 cv, mas tem força suficiente para emocionar em qualquer outra velocidade. Se eu teria um Mustang (se tivesse condições, claro)? Não morando no Brasil. Aqui ele é muito caro em comparação ao preço dos Estados Unidos, e, mesmo sendo razoavelmente prático, é muito largo para nossas ruas (lembrando que a Ford não traz oficialmente o carro, apenas importadores independentes). Se eu morasse nos Estados Unidos, ele seria um belo brinquedo, pois lá é barato de comprar e manter. Mas pagar no Brasil preço de BMW e ter acabamento de Fiesta é meio estranho, não que você irá se importar com isso quando pisar no acelerador. 
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Autor: Rodrigo Costa

Do ponto A ao ponto B, pensando na vida, no volante e tudo mais.

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